segunda-feira, 28 de maio de 2012


De olho na saúde do seu gato

Alimentar bem seu bichano não quer dizer encher seu pote de ração e petiscos várias vezes durante o dia


Segundo estatísticas da Associação de Produtos e Prestadores de Serviços ao Animal (Assofauna), mais de 63% das famílias brasileiras de classe A e B consideram seus animais de estimação como membros da família. Dentro desse número, 43% fornecem a seus animais comida caseira, 23% com alimentos industrializados e 34% misturam ambas as alimentações. Em função disto muitos animais domésticos têm sofrido com a obesidade.
No caso dos gatos, são considerados obesos quando ultrapassam 20% de peso para o seu tamanho. Mas, isto irá depender da morfologia e da raça também. A obesidade ocorre, na maioria dos casos, através do excesso de alimentação. Segundo o médico veterinário Dr. Alceu Luis Mazzarollo, até um ano de idade não precisa se preocupar, pois ele gasta muita energia. Só a partir desta fase o peso deve ser controlado. “O dono deve sempre acompanhar o peso do animal e estar consciente da necessidade dele”, afirma.
Dr. Alceu Luis Mazzarollo
Mazzarollo alerta que uma vez estabelecido que o gato está acima do peso, primeiro deve-se fazer um trabalho de conscientização com o dono do animal, ou seja, convencê-lo de que ele está gordinho. Logo, inicia-se o tratamento diminuindo os petiscos e mantendo a ração, onde preconiza-se a perda de peso de 10 à 15% por semana.
Um gato dorme de 16 à 18 horas por dia, então seu consumo de energia é mínimo. Sendo assim antes de iniciar uma dieta em gatos mais velhos, recomenda-se fazer exames clínicos para ver se o animal não tem alguma patologia. Exame de sangue, de urina para procurar alguma doença específica. Caso tenha deve ser tratada e em função deste problema fazer um tratamento específico. Fazer um ajuste através da alimentação com rações de prescrição, conforme o caso.
Os riscos mais comuns na saúde de um gato obeso são a osteoartrite, diabetes e problemas hepáticos. Deve-se tomar cuidado também com a Lipidose Hepática, que é o acumulo de gordura no fígado. A Lipidose pode fazer o gato perder o apetite e então ele necessitará ser internado, hospitalizado para forçar a alimentação através de uma sonda. A mortalidade nestes casos é grande em função da dificuldade em fazer o tratamento em casa, e do alto custo do tratamento no hospital veterinário, uma vez que o animal necessita ficar internado de 50 à 60 dias. Logo, muitos donos acabam desistindo do tratamento.
Mas não é difícil ter um gato saudável em casa, seguindo as recomendações do Dr. Mazzarollo. Ele diz que até um ano de idade deve-se oferecer ração para filhotes. Em seguida prestar atenção na personalidade do animal. “Existem gatos que comem ração de acordo com suas necessidades, ainda que exista um pote cheio à sua disposição”, relata o veterinário. Ele diz que se o proprietário notar que ele come mais do que deve, então deve-se seguir a orientação do fabricante, que consta na embalagem do produto, e fracioná-la em três vezes ao dia, pelo menos para filhotes e dar somente a ração. Mazzarollo conclui dizendo que uma ração de boa qualidade e água tem todos os nutrientes que um gato precisa.

Dr. Mazzarollo atende em sua clínica no bairro Fazendinha


Texto e fotos: Maria Luiza Okoinski